ATUALIZADO 28.12.15: Um incêndio destruiu o museu em dezembro/2015. Não há previsão de reparos e reabertura.
O Museu da Língua Portuguesa em São Paulo é de alto nível! Muito orgulho de encontrar um museu de padrão internacional aqui no Brasil. Vou contar nesse post um pouquinho sobre nossa visita, que pode ser combinada com a Pinacoteca de São Paulo, que fica bem em frente.
Aberto em 2006, o Museu está localizado em uma parte da Estação da Luz, prédio histórico do século XIX. A escolha de São Paulo para abrigar um museu sobre o nosso idioma é simples: é a cidade com a maior população de falantes de português no mundo.
O que achei mais bacana de toda a visita é que um tema extremamente árido, difícil (um idioma) é tratado com muita interatividade, leveza, criatividade e bom humor.
O Museu da Língua Portuguesa ocupa um prédio de três andares e cerca de 1 hora e meia é mais do que suficiente para visitar tudo com calma.
O primeiro andar é dedicado a exposições temporárias. Quando visitei (outubro/2015) havia uma exposição sobre Câmara Cascudo e a cultura nordestina. Muito interessante, tratando o tema com uma mistura de modernidade e tradição.
O segundo andar concentra o acervo do museu sobre o nosso idioma. Há uma linha do tempo sobre a evolução da língua portuguesa desde os seus primórdios. Encontramos também várias instalações interativas como o Mapa dos Falares, onde escolhemos uma região do Brasil e escutamos os sotaques e modo de se expressar do local, ou o Beco das Palavras, onde brincamos com a formação de palavras e seus significados.
No entanto, nesse andar, o que mais chama a atenção é um imenso telão de 106m, que compõe a Grande Galeria. Ali vemos a projeção simultânea de vários filmes que formam um mosaico da língua portuguesa no nosso cotidiano. Uma produção linda. Dá para ficar sentando um bom tempo assistindo aos filminhos.
O terceiro andar é o ponto alto da visita (sem trocadilho rsrs). Primeiro vamos para uma sala de cinema onde assistimos um filme de 10min com a narração da Fernanda Montenegro que conta a origem do português falado no Brasil. Um filme lindo de morrer!
Dali somos levados para uma outra sala: a Praça da Língua. Sentamos ao redor dessa sala e as luzes são apagadas. Como se estivéssemos em um planetário começa a projeção de imagens e áudio de poemas e trechos de textos dos mais importantes autores do nosso idioma. É feita uma conexão entre os textos e imagens, tudo muito fluído e deslumbrante.
O modo como é feita a apresentação torna impossível em alguns momentos não se emocionar ou deixar de rir com alguns poemas, como em “Quadrilha”, aquele famoso do Drummond:
João amava Teresa que amava Raimundo
que amava Maria que amava Joaquim que amava Lili
que não amava ninguém.
João foi para o Estados Unidos, Teresa para o
convento,
Raimundo morreu de desastre, Maria ficou para tia,
Joaquim suicidou-se e Lili casou com J. Pinto
Fernandes
que não tinha entrado na história.
No final da apresentação vemos vários trechos de poemas formando o chão da “praça”.
O deslocamento pelo prédio pode ser feito por elevadores de vidro, que também fazem parte da experiência com uma trilha sonora composta por Arnaldo Antunes falando “língua” e “palavra” em vários idiomas e permitindo que seja a escultura “Árvore de Palavras” de 16m de altura.
Quando compramos o ingresso é informado o horário para a visita ao terceiro andar. No meu caso, por conta do horário marcado, a melhor forma de conhecer o museu foi visitar o primeiro andar, depois ir para o terceiro e deixar por último o segundo andar.
Se você visitar o Museu da Língua Portuguesa nos finais de semana e feriados poderá também fazer uma visita guiada gratuita pelo prédio da Estação da Luz. São dois horários: 12h e 14h.
E você, conhece esse museu? O que achou? Deixe sua dica e opinião nos comentários!
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Endereço: Estação da Luz. Praça da Luz, s/n° – Centro.
Entrada: R$ 6,00. Há meia entrada e gratuidades.
Horário: De terça-feira a domingo, das 10h às 18h (bilheteria fecha às 17h).
Como chegar: De metrô, Estação Luz (linhas azul ou amarela).